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rolezinho #09

Paulo Oliveira / PROfotografia
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Data: 05/09/2015
Horário: 15h  [término: 19h25]
Local: Vila Antena/Morro das Pedras – Belo Horizonte/MG

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O que esperar de um encontro? Na tentativa de encontrar nos encontros, às vezes nos perdemos no que esperar de um encontro? Este Rolezinho me surpreendeu mais uma vez!

Se propôs a realmente observar, estar, mas agora não nos espaços elitizados, mas no nosso espaço, tão esquecido, tão discriminado e ao mesmo tempo tão rico. Sim, sofrido, mas inspirador. Titulo de canções, “Favela oh, favela que viu nascer”, “Meu nome é favela, é do povo do gueto, a minha raiz, becos e vielas” entre tantas outras, fomos para o morro! Ver que está sendo fomentado neste dentro. Me lembrou até uma frase de um aspirante do direito: meu irmão Um negro favelado, com eu, que ocupa espaços na zona sul, na norte, na leste… Lugar da nossa comunidade, o Taquaril. E ele chegará longe, sem esquecer o berço… “Podemos ocupar todo espaço possível se percebemos onde estamos. E tal qual o destino, é um caminho, um trajeto. É preciso transformar o que temos, o berço”.

Imbuída de todos esses sentimentos, parti para o evento no Morro das Pedras. E entre encontros e desencontros encontrei num papo descompromissado o verdadeiro, ou talvez o mais real até momento, sentido para o ROLEZINHO, na minha concepção. E acreditem, já é algo muito grande pra alguém que tem a péssima mania de querer entender coisas que precisamos apenas observar, absolver e agir!

A começar tinha uma biblioteca a céu aberto e a nossa história, dos negros, dos nossos ancestrais e do Brasil estava toda ali, acessível! Até li um livro, se chamava “Princesas Negras”. Achei que ia falar das negras de sucesso, artistas ou talvez orixás, mas não. Falava de escravas, de filhas de escravas, mulheres reais que ajudaram a construir a alma genuína da mulher negra brasileira. São histórias que ninguém conta… São rainhas sem títulos brancos mas com coroas naturais e bases fixas… Os cabelos negros! Mas não parou por aí, por que quando achei que o rolezinho ia começar ele já estava rolando. E numa troca de ideias descobri que o buraco é muito mais embaixo… Que o preconceito é muito mais complexo que imaginamos, que a escravidão foi e é uma ferida na sociedade brasileira que não se fechou. Que já somos um símbolo de resistência só de estarmos vivos e que podemos até ser leves, flexíveis… o que não podemos é sermos indiferentes e achar que não é com a gente!

Essa era eu, Efigênia, que cheguei e conversava com Júnia Bertolino, que conversava com Alexandre, que conversou comigo e com o rapaz que ia exprimindo sentimento através de fotos e dialogava com todos, e todos que ouviram as rainhas contemporâneas, negras ativas em seus ramos e parceiras na construção de uma negritude consciente. Elas honravam nossos ancestrais, nossas religiões, artesãos saudavam nossa arte, outros saudavam nossa comida e a capoeira glorificava nossa cultura. Um circulo de contatos, de histórias, realidades se cruzavam, fotografando, ouvindo, dançando, jogando, falando, vendo… Não formamos um bonde para o rolezinho. Dessa vez não! Fomos encontrando o rolezinho, nos encaixando nos espaços e discutindo ideias, textos, contextos e sentimentos.

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Propositora:
Efigênia Marya

Integrantes:

Alexandre de Sena,Efigênia Marya, Felipe Soares e Pablo Rodrigues.

Registro:
Paulo Oliveira / PROfotografia