Data: 30/07/2015
Horário: 20h [término: 22h25]
Local: Praça da Estação – Belo Horizonte/MG
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Aqui, minha família embarcava no trem para Rio Acima. O ponto de encontro era a grande estátua que apelidamos de “João Pelado”. Isso era na década de 80. Anos depois, a praça foi reformada para receber manifestações populares. O estacionamento foi retirado e uma pequena esplanada tomou o lugar. Em 2006, o prédio da Estação Ferroviária Central passou a abrigar o Museu de Artes e Ofícios, da família Gutierrez (ou só da Angela, via Instituto Cultural Flávio Gutierrez). Nele, entre obras do século XVIII até o XX, estão ferramentas de nossos antepassados escravizados. Penso que estas obras poderiam ser doadas para o Museu Afro Brasil, cujo acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros. Um belo trabalho na busca do registro de nossa trajetória histórica.
Em janeiro de 2010, essa mesma praça se converteu em praia. A Praia da Estação foi/é um movimento horizontal, sem lideranças, auto-organizado, sem porta-vozes oficiais. É constituída por cada um dos banhistas que se junta a ela e no cimento-areia cabem de movimentos políticos a blocos de carnaval. No início de 2015, convocada por negros ativistas de BH, uma discussão veio à tona: onde estão os negros desta praia? Mais uma vez, o racismo estrutural e institucionalizado não permite que percebam nossa existência (presença ou ausência). Resistimos. Que venham todos.
Ali foi nosso primeiro rolê/ensaio.
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Propositor:
Alexandre de Sena
Integrantes:
Alexandre de Sena, Aline Vila Real, Ana Martins, Anair Patrícia, Bia Nogueira, Dayane Gomes, Efigênia Marya, Elisa de Sena, Felipe Soares, Flor de Liz Lídia, Glayci Silva, Gleison Lima, Jésus Almeida, Laura de Sena, Michele Bernardino, Rafael Santos, Reginaldo de Oliveira, Renato Gualberto e Tásia d’Paula.
Registro:
Paulo Oliveira / PROfotografia